2020, O ano que já “Cancelou” (ou não).


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A crise da covid-19, infecção respiratória causada pelo novo coronavírus tende a ser a maior desde a Segunda Guerra Mundial ou a Peste Negra.

Para muitas marcas, com a pandemia de 2020 foi necessário cancelar uma série de projetos, fazer cortes de colaboradores e o impacto das restrições de segurança levou empresas despreparadas para a transformação digital a falir.

O mercado de alimentos, o varejo em geral e sobretudo o entretenimento tornaram-se totalmente digitais e o dinheiro praticamente desapareceu.

Para alguns, o ano 2020 já “Cancelou”.

Ou não! Historicamente pandemias ajudaram megacorporações a crescer ainda mais.

Vivemos a Era da Resiliência

Toda mudança no mundo surge a partir de um cenário de incerteza ou instabilidade. A Transformação Digital dos tempos atuais assusta algumas empresas sobretudo pela velocidade hiper acelerada que as novas tecnologias trazem.

O covid-19 está se mostrando a força mais disruptiva da nova Era cada vez mais volátil, complexa e repleta de incertezas, que vem reunindo em tempo real dados capazes de interpretar sentimentos e novos comportamentos para repensar metas e fórmulas antigas.

Empresas que já investiam em home office, processos ágeis, canais de venda digitais e novas entregas (serviços e conteúdos) levam vantagem.

COVID-19 e o MUNDO V.U.C.A

Apesar de não se tratar de um conceito novo, muitas empresas ainda não sabem o significa V.U.C.A e, portanto, como ainda não mudaram o mindset, não sabem bem como se comportar e o que fazer para minimizar os efeitos nesse cenário com perguntas que vão muito além de “O que fazer?” “O que dizer?” “Onde ir?”.

Mas sim, como você vai ser relevante para os seus clientes hoje e depois da crise criando um “long tail” (Cauda longa) de ações? Como vai se comunicar com agilidade, praticidade e imediatismo? Ou como vai ajudar a sociedade a retomar com resiliência?

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V.U.C.A é um acrônimo que vem do inglês: Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade) e surgiu nos Estados Unidos na década de 90 para definir estratégias ágeis e complexas para um mundo veloz, repleto de incertezas, que pede agilidade no modo de pensar e agir com um novo “mindset”.

O mindset V.U.C.A

No conceito V.U.C.A é necessário ter um mindset criativo e de resiliência para lidar com a volatilidade das grandes e rápidas mudanças, aceleradas hoje por transformações tecnológicas e pelas incertezas que permeiam diferentes segmentos da sociedade moderna representados por uma diversidade de micro targets.

Há também uma complexidade no sistema que nos leva à inúmeras variáveis de causas e efeitos, onde fica difícil entender o cenário como um todo, que por sua vez é ambíguo, interconectado e com um novo ecossistema de diferentes players, o que pode ser complicado de entender que o mercado mudou. O cliente mudou. O negócio mudou e continuará mudando…

#SOMOSTODOS STAKEHOLDERS

Talvez a maior contribuição do mindset V.U.C.A seja ajudar as empresas a pensar mais holisticamente sobre seus negócios e também para a sustentabilidade da cadeia de valor.

Com novas práticas de colaboração ao longo dessa cadeia surgem também novas relações entre acionistas, colaboradores, fornecedores, clientes e comunidade. Onde o propósito de uma marca é gerar valor para todos os envolvidos em suas atividades, os “stakeholders”. Em vez de verdades absolutas, temos cada vez mais fatos que precisam ser montados como um quebra-cabeças holístico, para tentar entender uma realidade muito mais complexa e ser capaz de dar respostas na mesma velocidade com que somos provocados pelas demandas, com uma postura voltada às pessoas, sustentabilidade econômica e visão de longo prazo.

Case V.U.C.A 

Em plena pandemia global, quando por medida de segurança não podemos nos reunir em eventos públicos, muitos segmentos sofreram forte impacto. As indústrias que mais dependem de bilheteria como cinema, parques temáticos e shows foram as primeiras e serem impactadas e se calhar as últimas a se recuperar.

Em Portugal, por exemplo, as salas de cinema vivem hoje a maior crise que a indústria da sétima arte já assistiu. Uma publicação no MediaLab. do renomado ISCTE – Instituo Universitário de Lisboa apontou uma quebra de mais de 75% do número de espectadores e em receitas até o momento no país.

https://medialab.iscte-iul.pt/to-be-continued-o-cinema-em-tempos-de-pandemia/

Por outro lado, o relatório “CORONAVIRUS TRENDS REPORT” da Dentsuaegis Portugal, mostra que a tendência de consumo de conteúdo digital desde o início do surto cresceu de forma significativa no país com downloads de aplicações, interações nas redes sociais e websites de serviço e conteúdo aumentando em 61% seu tráfego on-line.

Fonte: “Coronavirus Trends Report”.

Em 2020 o Rock in Rio completa 35 anos e infelizmente por razões óbvias de pandemia o mega evento não poderá ser realizado.

Mas o ano não cancelou pra quem tem Rock no nome. A marca aposta na inovação humana, construindo de maneira colaborativa (“asset” ideal para o momento), uma grande jornada de aprendizado transformando pessoas em protagonistas.

Entendendo a crescente demanda por conteúdo omnichannel, o Rock in Rio vem há muito tempo movimentando suas plataformas que começa sempre no ano anterior ao festival e através de um “long tailcom Meet Ups e Cursos on-line, Webinares e o Rock in Rio Innovation Week  vem criando experiências de aprendizado que integram conhecimento e entretenimento, o chamado Edutainment de Walter Disney no livro “Learning from Mickey, Donald and Walt: Essays on Disney’s Edutainment”.

Durante o isolamento social tive a oportunidade de escrever artigos, gravar webinar e recentemente fiz o curso do Rock in Rio sobre “Gestão de eventos de sucesso” e acompanhei a Websérie na plataforma de vídeos, interagi nas redes sociais da marca e fiz parte de um grupo de estudos no WhatsApp do projeto criado para dialogar e compartilhar conteúdo. A marca observa muito suas redes interagindo com clientes, parceiros e fãs em todos os pontos de contato, e tudo que envolve Rock in Rio tem um storytelling onde o grande desafio é fazer virar realidade (storydoing).

Faça e Aconteça, Troca de Conhecimento e Inspiração, passion points que integrados na estratégia do Conteúdo Líquido e a Cultura do Fã geram o engajamento e a empatia fundamentais para essa mudança de mindset.

Veja mais sobre Estratégias Digitais: A Cultura do fã e o Conteúdo Líquido: https://setexperimental.wordpress.com/2020/04/14/fas-sao-os-melhores-storytellers/

Tudo isso dentro do conceito V.U.C.A se traduz em: Visão de possíveis oportunidades no mercado. Entendimento de desejos e demandas. Clareza no relacionamento com todos criando um canvas de negócio baseado na melhor experiência entre os stakeholders. Agilidade na maneira de aprender e reaprender. E não cancelar o ano!

 “Olhar para fora de maneira ampla, com criatividade, ouvir todos os stakeholders, ouvir todo mundo e refletir. O Rock in Rio tem essa sensibilidade de saber conectar pessoas e necessidades criando um grande experimento” Agatha Arêas – Vice President, Learning Experience Rock in Rio.

E o pós-Covid não será diferente

A pandemia do covid-19 mostrou como buscas, demandas e comportamentos de compra dos consumidores podem mudar muito rápido, e nesse caso, o mindset V.U.C.A pode ajudar a AGIR E REAGIR em tempo real. A conexão entre marcas e pessoas, a experiência com o conteúdo e as demandas de e-commerce não serão mais como antes.

Vitrines de shoppings e cardápios de mesa viraram anúncios digitais baseados nos relatórios em tempo real com dados de comportamento direcionando a relação com o consumidor, cliente ou fã.

Aplicativos de conversa, Lives e Webinares sobre os mais diferentes interesses tiveram uma demanda “quanti e quali” muito maior, deixando um legado dessa troca de conhecimento entre as pessoas criando laços, conexões e relações.

Cada vez mais nos conectamos através da emoção com novos formatos de entretenimento e interatividade capazes de desenhar jornadas e experiências memoráveis (UX) onde no “novo normal”, ser criativo, inovador e tecnológico são soft skills essenciais na busca pela ATENÇÃO das pessoas, com poucos segundos para despertar empatia e criar oportunidades de venda cada vez mais voláteis nos diferentes feeds.

Tudo isso potencializado de maneira cognitiva pela inteligência artificial, usando CRA (Customer Relation Automation) e internet 5G.

O fato de uma crise global ter afetado todas as classes sociais, raças e gêneros torna o mundo mais volátil, incerto, ambíguo e também muito complexo, por outro lado tudo isso pode, com êxito, ressignificar o nosso mundo tornando-o mais colaborativo, consciente e menos egoísta. Mais emocional, mais sensorial e mais humano.

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Aproveito e compartilho 4 pontos interessantes do mindset V.U.C.A:

VOLATILIDADE – A VISÃO para mapear novas oportunidades e ser mais proativo.

A crise mostra que as empresas proativas levam vantagem e essa tendência só vai ganhar força no futuro.

Uma possibilidade de ampliar a VISÃO é quando aprendemos a trabalhar com “squads” (equipes multidisciplinares) que com diferentes e constantes contribuições pensam em prováveis cenários de futuro com soluções criativas de curto, médio e longo prazo, sendo assim mais proativos e disruptivos no mercado.

INCERTEZA – O ENTENDIMENTO do novo, com foco no diálogo com os consumidores, clientes, colaboradores, fãs interagindo 365 dias e interpretando dados em tempo real.

Preste atenção nos sinais do público para descobrir o possível “novo normal”. Procure interpretar os dados como fonte de novos insights do que está ou não funcionando, para estruturar e validar estratégias criativas e, quando necessário, corrigir a jornada do conteúdo e a experiência do consumidor (UX).

COMPLEXIDADE – A CLAREZA, onde marcas, publishers de conteúdo e influenciadores terão que se preocupar cada vez mais com o storydoing, vivenciando histórias que sejam de verdade relevantes e em formatos de consumo rápido, curtas (short formats) para um ecossistema complexo com vários perfis (micro targets).

E só será relevante o storytelling que tiver clareza, for verdadeiramente autêntico e buscar expandir suas narrativas interagindo de verdade com as pessoas provocando empatia.

Provoque “conversas de verdade” com pessoas de verdade e tenha seu propósito muito claro.

AMBIGUIDADE – A AGILIDADE, inquietude e coragem.

Relevância com todos os stakeholders é fundamental para criar agilidade nos processos e parcerias. É indispensável ter credibilidade entre os parceiros e colaboradores para aprender co-criar rápido, produzir, interagir, corrigir se necessário, e seguir em frente todos juntos.

É importante em cenários assim, ter flexibilidade, maturidade e coragem pra entender riscos como os novos desafios e a capacidade de corrigir imediatamente a jornada otimizando recursos, implementando táticas corretas de digital e customização, aumentando o alcance dos seus produtos com a agilidade necessária na entrega.

Saiba mais sobre #V.U.C.A no nosso Webinar Digitalks:

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